Quantas vezes em nossa caminhada da vida nos deparamos com situações que simplesmente fogem do nosso controle? Uma perda inesperada, uma crise que parece não ter solução, uma espera que se estende além do que o coração suporta. Nessas horas, nossa alma se debate tentando encontrar respostas ou forçando mudanças que não dependem de nós. E é nesse exato ponto que surge o convite mais profundo e libertador da vida: deixar ir.
Viktor Frankl, psiquiatra e sobrevivente dos campos de concentração nazistas, viveu essa experiência de maneira radical. Em meio ao sofrimento mais inimaginável, ele compreendeu que, embora não pudesse mudar as circunstâncias externas, havia algo que ninguém podia tirar dele: o poder de escolher sua atitude.
Ele escreveu: “Quando não somos mais capazes de mudar uma situação — somos desafiados a mudar a nós mesmos.”
Na prática, isso significa que deixar ir não é desistir, mas renunciar à ilusão de controle e abrir espaço para que algo novo floresça: o crescimento interior, a aceitação serena e a fé.
Na Teoterapia, aprendemos que esse movimento não é apenas psicológico, mas também espiritual. Em Filipenses 4:6-7, o apóstolo Paulo nos lembra: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplica, e com ações de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.”
Deixar ir é, portanto, um ato de confiança. É o momento em que paramos de lutar contra o incontrolável e entregamos nas mãos de Deus o que foge da nossa capacidade, permitindo que Sua paz invada o nosso ser.
No consultório, vejo com frequência que o sofrimento se prolonga não tanto pelo que acontece, mas pela resistência que fazemos em aceitar o que não pode ser mudado. O medo de soltar, o desejo de controlar, a culpa e o apego… tudo isso aprisiona a alma. Mas, quando o paciente aprende a entregar e confiar, o processo de cura começa a fluir.
Deixar ir é uma decisão terapêutica e espiritual.
É escolher descansar no amor de Deus, mesmo que os ventos da vida estejam contrários.
É parar de carregar fardos que não são nossos, e começar a viver o presente com leveza e esperança.
Então, da próxima vez que o peso for demais, respire fundo e lembre-se:
“O que não posso mudar, posso entregar.”
E Deus, que tudo vê, cuida do que está além das nossas forças.
Conclusão: Também é preciso deixar ir.
Na prática clínica, muitas vezes o terapeuta se dedica profundamente, oferece ferramentas, espaço seguro, escuta e direção, mas ainda assim alguns pacientes não desejam — ou não estão prontos — para se mover em direção à cura. É nessas horas que o terapeuta também precisa praticar o “deixar ir”.
Deixar ir não é desistir do paciente, é respeitar o tempo dele e confiar que Deus é quem conduz todas as coisas.
O apego ao resultado, o desejo de “salvar” alguém antes da hora ou a resistência em aceitar o livre-arbítrio do outro são armadilhas silenciosas que esgotam a alma do terapeuta.
Viktor Frankl nos lembra que, quando não podemos mudar a situação, somos convidados a mudar a nós mesmos — e isso se aplica, inclusive, ao terapeuta. Quando um paciente resiste à própria cura, talvez seja hora de soltar, confiar, e entregar.
No final das contas, a cura é uma escolha pessoal, e o terapeuta é apenas um instrumento; o verdadeiro milagre vem de Deus.
Que possamos lembrar sempre:
“O que não posso mudar, posso entregar.”
E que essa entrega, feita em oração e paz, liberte não só o paciente, mas também o coração do terapeuta.
Se precisar, estamos aqui para caminhar com você.
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