A cena é comum e, ao mesmo tempo, profundamente inquietante: homens piedosos, comprometidos com a vida devocional, ativos na igreja e conhecedores da Palavra, parecem ser exemplos de espiritualidade e liderança. Suas vozes ecoam nas orações públicas, seus conselhos são procurados, e sua presença nas atividades da fé é constante. No entanto, no espaço íntimo do lar, esse mesmo homem se mostra emocionalmente ausente, incapaz de expressar seus sentimentos ou de se conectar emocionalmente com a própria esposa e filhos.
Essa ausência emocional é silenciosa, mas profundamente eloquente.
É o eco de uma masculinidade moldada pela repressão afetiva, um legado de séculos onde o homem aprendeu que “sentir” é sinônimo de fraqueza. Desde cedo, muitos foram ensinados a serem provedores, líderes, fortes — mas raramente foram encorajados a serem sensíveis, vulneráveis e emocionalmente presentes.
Na perspectiva teoterapêutica, reconhecemos que essa desconexão emocional não é apenas uma questão psicológica, mas também espiritual. A Palavra de Deus nos convida à integralidade. Quando o apóstolo Paulo escreve aos tessalonicenses, ele ora: “Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, alma e corpo de vocês seja conservado irrepreensível…” (1Ts 5:23). Isso significa que a saúde emocional não está dissociada da fé, mas é parte da santificação que Deus deseja operar em nós.
Dentro de casa, o homem que prega com eloquência e ora com fervor diante da congregação, muitas vezes encontra dificuldade em dizer à sua esposa: “estou com medo”, “estou frustrado”, ou mesmo “estou triste”. Isso porque faltou a ele um discipulado afetivo, um processo de amadurecimento emocional alinhado ao crescimento espiritual.
Jesus, o maior exemplo de masculinidade plena, não reprimiu Suas emoções. Ele chorou diante do túmulo de Lázaro (João 11:35), expressou angústia no Getsêmani (Mateus 26:38) e se compadeceu das multidões (Mateus 9:36). Em Cristo, vemos um homem que, mesmo sendo o Filho de Deus, não teve vergonha de sentir. Como afirma Henri Nouwen, teólogo e psicólogo pastoral:
“Não podemos ser curadores se não estivermos dispostos a ser feridos e a reconhecer nossas próprias feridas.”
A ausência de inteligência emocional, portanto, é também um afastamento do modelo de humanidade revelado em Jesus. A teopsicoterapia — ou teoterapia — vem como um chamado à reconciliação do homem consigo mesmo e com Deus, na dimensão mais íntima do seu ser: suas emoções.
Segundo Carl Jung, “aquilo que não enfrentamos em nosso inconsciente se manifestará em nossa vida como destino.” Muitos homens de fé têm enfrentado dificuldades conjugais, crises existenciais e rupturas familiares não por falta de espiritualidade, mas por ausência de autoconhecimento emocional.
A Theoterapia propõe um caminho integrativo: unir a escuta clínica com a escuta espiritual. É no espaço terapêutico, regado por fé e técnica, que muitos têm reencontrado suas emoções perdidas e aprendido a nomeá-las, como fez Davi nos Salmos. Ele, rei e guerreiro, não se calava diante da dor: “Derramo diante dele o meu lamento; a ele conto a minha aflição” (Salmos 142:2). O Salmo é, por excelência, uma expressão terapêutica do coração humano diante de Deus.
Veja o post no Instagram para acompanhar reflexões visuais e aprofundamentos sobre este tema tão relevante. Compartilhe suas experiências e participe desta conversa importante.
É tempo de lembrar que a vulnerabilidade não é sinal de fraqueza. É coragem. Brené Brown, uma das maiores pesquisadoras sobre vergonha e vulnerabilidade, afirma:
“A vulnerabilidade é o berço da inovação, da criatividade e da mudança.”
No contexto cristão, podemos dizer que a vulnerabilidade é também o berço da restauração. Tiago nos exorta: “Confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados.” (Tiago 5:16). Isso inclui confessar fraquezas, dores e sentimentos.
A Teoterapia reconhece que um homem que chora, que pede ajuda, que fala sobre sua dor, está mais próximo de Jesus do que aquele que se esconde atrás de uma armadura de espiritualidade rígida. Como escreveu C.S. Lewis:
“Deus sussurra em nossos prazeres, fala à nossa consciência, mas grita em nossas dores.”
É preciso criar espaços na igreja, nas famílias e nos relacionamentos para que os homens possam ser ouvidos sem julgamento, acolhidos com empatia e encorajados a buscar ajuda profissional e espiritual. A Theoterapia é esse lugar seguro onde a dor pode ser expressa e a alma pode ser curada.
Homem de fé, você não foi chamado à frieza emocional, mas ao amor genuíno, ao cuidado e à intimidade. A Escritura diz: “Maridos, amem suas esposas, como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela” (Efésios 5:25). E Cristo não amou com frieza, mas com entrega emocional, com lágrimas, com compaixão.
O convite da Teoterapia é claro: rompa o silêncio que adoece e abrace a verdade que liberta. Sentir não é um erro, é humano. Falar não é fraqueza, é maturidade. Buscar ajuda não é fracasso, é fé em ação.
📩 Fale com a gente. Vamos trilhar juntos esse caminho de cura, integrando a fé com o cuidado emocional.
Você não está sozinho. E há um lugar de acolhimento, escuta e restauração reservado para você.
Quer saber mais?
Entre em contato para agendamento e descubra como podemos caminhar ao seu lado nessa caminhada!
Receba gratuitamente o E-book: 5 sinais que seu casamento pode estar acabando:
Desejo a você e sua família uma semana na Graça.